«Quando Pedro Álvares Cabral e a sua tripulação chegam ao Brasil, no ano de 1500, … descobrem uma terra habitada, extremamente rica em recursos naturais, tanto na parte vegetal, como também na mineral. Naquela época, o litoral brasileiro era habitado por vários grupos indígenas, pertencentes à maior parte ao tronco linguístico Tupi-Guarani… Esses índios, habitando em aldeias de 500 a 2.000 indivíduos, viviam nus, moravam em palhoças e baseavam a sua subsistência no cultivo do milho, batata, mandioca e do amendoim, como também da caça, pesca e da colecta de frutas, mel e plantas para fins rituais, medicinais e manufatureiros. (…) Ao contrário do que ocorreu com os espanhóis, os portugueses não encontraram civilizações com cultura superior, possuindo verdadeiras cidades e um padrão de vida que poderia ser comparado com o que era desfrutado pelos povos do Velho Mundo. Somente encontraram uma civilização, que foi taxada à luz do conhecimento europeu da época, como uma civilização pobre e muito primitiva, sendo que em alguns casos, rotulada até de salvagem, criando para sempre um estigma sobre os índios brasileiros».