Curso livre «40 anos depois: História Local e Regional»
Solar Condes de Resende
Sábado, 17 de fevereiro de 2024 – 15-17h
REORDENAÇÃO MODERNA DO TERRITÓRIO DE PORTUGAL
Professor Doutor Francisco Ribeiro da Silva
No seguimento de sessões anteriores, fixar-nos-emos nos séculos XVI-XIX para tentar perceber como é que Portugal se organizou administrativamente, em tempos de monarquia absoluta e de centralização do Poder.
Partindo das instituições do tempo presente, tentaremos perceber o significado das divisões administrativas, judiciais, fiscais do território. Províncias, Comarcas, Provedorias, Concelhos, Freguesias da chamada época moderna e das alterações que foram ocorrendo, nomeadamente nos finais do séc. XVIII e já na Monarquia Constitucional (Distritos 1835).
Mas, como em História as pessoas são o mais importante, tentaremos perceber como era a vida quotidiana das pessoas dentro destes contextos administrativos, a partir da análise do estatuto e da ação dos Corregedores, Provedores, Juízes de Fora, Juízes Ordinários, Vereadores e, sobretudo, dos relatos impressionantes de alguns Corregedores.
Finalmente demoraremos algum tempo a revisitar o chamado Termo do Porto (realidade institucional singular que durou desde D. Fernando e D. João I até ao advento do Liberalismo) e a tentar perceber as relações institucionais entre a cidade e esse espaço dilatado que, mutatis mutandis, constitui hoje a Região Metropolitana do Porto.
Presencial e por videoconferência; a frequência e o pagamento implicam inscrição prévia; para mais informações contactar
O título desta lição pretende chamar a atenção para a importância do rio Douro, dos seus portos e das suas gentes no processo expansionista português de finais da Idade Média e inícios da Época Moderna. Interpretada durante décadas desde o ponto de vista dos poderes centrais e do porto imperial de Lisboa, os descobrimentos e a expansão foram obra de muitos lugares e de muitos agentes. Muitas das dinâmicas que foram essenciais para a concretização do projeto expansionista luso tiveram lugar fora daquela cidade e são geralmente desconhecidas. Aqui pretende-se chamar a atenção para os contributos decisivos deste espaço portuário nortenho (na construção naval, no fornecimento de quadros e efetivos náuticos, militares e dirigentes, de produtos e no impulso dado a alguns negócios que marcaram essa cronologia). Um desses negócios passa normalmente despercebido e, hoje em dia, quase escondido, a saber, o da participação de mercadores e homens de negócios desta região no tráfico de escravos, assunto que terá destaque nesta sessão, na qual serão abordados, de forma aberta, descontraída e sujeita a discussão, outros temas que dão corpo a estas matérias.
Presencial e por videoconferência; a frequência e o pagamento implicam inscrição prévia; para mais informações contactar
Palestra da última quinta-feira do mês
Solar Condes de Resende
25 de janeiro de 2024, 18,30 – 19,30 horas
[…] PARA GOZO DO PÚBLICO E CONSULTA DOS ESTUDIOSOS: DIOGO DE MACEDO SOBRE AS CASAS-MUSEU. O CASO DA COLEÇÃO DE ARTE DE FERNANDO DE CASTRO
Por Dra. Vera Gonçalves (ARTIS – Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)
Em maio de 1947 o escultor Diogo de Macedo (1889-1959) era chamado pelo Ministério das Finanças a pronunciar-se «quanto ao valor artístico e material da coleção Fernando de Castro» e ao seu potencial interesse para o Estado português.
Com efeito, o colecionador portuense (1888-1946) havia morrido pouco tempo antes, em outubro de 1946, decidindo a sua irmã, e única herdeira, tornar a sua coleção pública com a proposta de transformação do seu espaço de habitação numa casa-museu.
Neste processo intervieram destacadas figuras do panorama cultural e artístico nacional. Disso exemplo é o papel desempenhado por Diogo de Macedo, enquanto perito, convocado a examinar in loco a coleção de arte de Fernando de Castro, aferindo do seu valor artístico e monetário.
Curso livre «40 anos depois: História Local e Regional»
Solar Condes de Resende
Sábado, 20 de janeiro de 2024 – 15-17h
Estruturas de organização social, de ordenamento territorial e de exercício de poder: os municípios em Portugal, entre os séculos XI e XIV
Luís Carlos Amaral
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Instrumentos maiores de intervenção régia e, pontualmente, senhorial, as cartas de foral conferiram enquadramento e consistência legais a múltiplas comunidades já implantadas no território que, a partir da concessão do respectivo diploma foraleiro, se constituíram em instituições concelhias ou municipais. Este processo, encetado no futuro espaço português ainda antes da constituição do reino, revelou-se decisivo na organização social do território e na própria definição e exercício do poder régio. A partir de D. Afonso Henriques (1128-1185) e até ao final do governo de D. Dinis (1279-1325), o país cobriu-se de municípios, que, para além das inevitáveis semelhanças, corporizaram cenários muito diversificados, resultantes não só de realidades locais e regionais distintas, mas também de um complexo enquadramento jurídico.
Curso livre «40 anos depois: História Local e Regional»
Solar Condes de Resende
Sábado, 6 de janeiro de 2024 – 15-17h
A ALTA IDADE MÉDIA ENTRE NÓS: PERSPECTIVAS ACERCA DA EVOLUÇÃO DO TERRITÓRIO PRÉ-NACIONAL, A NORTE DO TEJO
Manuel Luís Real
CITCEM / IEM
Começa-se por uma breve nota acerca do estado dos conhecimentos sobre a alta-Idade Média em território hoje português, no momento em que nasce o GHAVNH (1983). É salientado o impulso dado a partir de então pela Arqueologia, destacando, entre outros exemplos, as escavações na capela do Bom Jesus, em V.N. de Gaia.
Correspondendo à ideia sugerida pela organização do curso, no título genérico escolhido, optou-se por uma visão articulada sobre a região a Norte do Tejo, de modo a demonstrar a complexidade da época em questão e a necessidade de estudos cada vez mais especializados, não obstante os progressos que se alcançaram nos últimos quarenta anos.
"Das partes do Oriente": tradições poético-musicais do natal português
pelo Dr. Henrique Guedes
Em Portugal, o ciclo festivo da Natividade, que se estende até à celebração da Epifania, a 6 de janeiro, é pontuado por práticas e expressões poético-musicais populares, de caráter comunitário, que, pese embora a insuficiência, ou mesmo a artificialidade, de uma categorização, podem ser classificadas, quanto ao propósito e à temática, em três formas: o Cantar ao Menino, o Cantar as Janeiras e o Cantar os Reis.
Com texto e melodia fixados, na maior parte dos casos, no decurso dos séculos XVIII e XIX, estes cantares resultam de um longo processo evolutivo, marcado pela sobreposição de diversas tradições e formas poéticas e musicais, umas de cariz popular, outras de feição erudita, como as cantigas, os romances, os autos e os vilancicos.
OS ROMANOS ENTRE NÓS
Glocalização e ecologia marítima no contexto da navegação e comércio romano na Fachada Atlântica do NW Peninsula
Prof. Doutor Rui Morais
O Noroeste Peninsular abarca um território banhado por uma ampla frente marítima oceânica. O estudo sobre a navegação e comércio nesta região deve levar em consideração a alteração da linha de costa ao longo dos tempos, pelo que é fundamental o cruzamento das fontes literárias e epigráficas e do registo arqueológico e cartográfico, com as evidências diacrónicas da geomorfologia e da sedimentologia nesta franja costeira.
Como habitualmente, e desde novembro de 2023, realizou-se hoje, dia 25 de novembro, o 21.º capítulo anual da Confraria Queirosiana comemorativo do aniversário de Eça de Queirós no Solar Condes de Resende, a casa onde o escritor se apaixonou por aquela que viria a ser sua esposa. Esta festa reúne os confrades espalhados pelo país e Brasil, gente das mais diversas profissões e ocupações que testemunharam a insigniação dos novos confrades de número, os apreciadores e cultores da sua obra, e dos confrades de honra, aqueles que já se distinguiram na sua divulgação, ou que apoiaram as ações da Confraria. E pela primeira vez a Confraria acolheu associados jovens.
A cerimónia iniciou-se a partir das 10,30 horas com a receção dos sócios, confrades, convidados, individualidades, autoridades e representantes de outras instituições que aqui se deslocaram para o ato, formando cortejo até ao Salão Nobre, onde foram acolhidos por um momento musical interpretado por Leonor Isabel Magalhães em guitarra clássica, que tocou de H. Villa-Lobos o “Prelúdio nº3”, seguida de Sofia Pinto que no violoncelo interpretou “O cisne” de C. Saint-Saens, e de Carolina Barriga Oliveira que também neste instrumento tocou a “Sicilienne” de Fauré, ambas acompanhadas ao piano pela professora Ana Maria Teixeira e todas da Escola de Música de Perosinho.
Pág. 4 de 48